Minha avó Julieta (à esquerda) e tia Carmelita, sua irmã. Ambas falecidas. |
Quando completei 12 anos de idade ia para um lugarejo, hoje cidade, chamado S.Francisco de Paula- MG, passar as férias escolares na casa de minha avó Julieta. Lembro-me com uma saudade imensa de sua comida feita no fogão à lenha, do macarrão comunista, de tão vermelho (roubei esta expressão de minha prima Neusa), do pilão na cozinha, do telefone antigo dos Correios, onde ela trabalhava, dos mantimentos da despensa, do sabão preto que Sá Clarinda ajudava fazer, das mangas nos quintais, das visitas matinais do Bangula e do Paqué, do bolo de fubá que se chamava de cubu e era assado com braseiro em cima, da água no fogo fervendo dia e noite, noite e dia... do aroma e sabor do café torrado e moído alí ...Saudades, tantas, de minhas tias, primas e primos, dos casos de assombração, dos esbarrancados, onde as mulheres iam lavar roupas nas bicas d'água, da Ave Maria, quando a noite descia..., do Padre Augusto com seu sotaque alemão, rezando... Saudade de ficar na casa da Mariete e Carminha, nosso Point preferido...
Tia Carmelita também era uma grande figura. Um dia ela estava costurando, virou a peça de roupa pelo avesso, me mostrando o acabamento perfeito e aconselhou: "tudo que você fizer na vida, faça bem feito, mesmo que não apareça." Claro que não consegui seguir à risca este conselho, mas me lembro sempre dele. Esta pequena cidade é parte de minha vida; as pessoas com quem convivi são as melhores lembranças e saudades...A vida era assim...nem precisava ser melhor, porque a gente já era muito feliz naquela simplicidade do interior.
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