terça-feira, 7 de junho de 2011

Van Gogh - 1

Gosto muito de comprar livros que falem de pintores. Suas vidas me fascinam, embora dezenas deles tiveram uma existência curta e conturbada; pouco reconhecimento em vida, loucuras, alcoolismo, etc.; as fotos de seus quadros, ainda que nos livros me encantam enormemente.

Por este motivo sempre que viajo, procuro de antemão verificar quais museus poderei visitar, ver a localização e esquematizar o (s) dia(s), para visitá-los, enfim, tudo. Tive sorte de viajar com pessoas que também curtem o mesmo programa. Felizmente.

Conhecia um pouquinho a obra e a vida de Van Gogh, mas confesso que gostava mais de outros pintores. Quero dizer: gostava dele, mas ele não era o primeiro da lista de minha preferência até treze anos atrás, quando visitei um museu em Amsterdã, com obras deste pintor. Fiquei emocionadíssima! Cada quadro que via, alí, ao vivo, me vinha à memória a fotografia correspondente nos livros. O quadro estava há um metro de distância de mim! As cores vibrantes, o amarelo em profusão. Era dele mesmo, autêntico! Nunca vou esquecer... Havia um quadro tão luminoso, tão maravilhoso, de um campo amarelo muito vivo, que cheguei a imaginar haver alguma luz por traz do quadro, tamanha a luminosidade. E a beleza. Dá vontade de ficar ali, parado, sempre. Em estado de graça.

Quando me dá saudade das obras dele, abro os livros e me emociono novamente. Faz bem recordar boas emoções.

Visitei novamente este museu há um ano atrás. Desta vez foi melhor ainda. Iria rever tudo. Procurar detalhes... Gostaria muito de ser "expert" no assunto, entender a técnica que ele usou, as cores das tintas e os efeitos que causam, mas a emoção vale muito também. Para quem admira com a alma, não é preciso entender, basta sentir. Algumas pessoas talvez nem se deem conta da sensibilidade que poderiam ter se ousassem apreciar uma obra de arte.

Notei que houve algumas modificações no espaço físico deste museu; as instalações me pareceram mais amplas e modernas. Desta vez me recordei mais de umas fotos de croquis e esboços que Van Gogh fazia antes de pintar os quadros, e os enviava a seu irmão Théo, através de cartas. Centenas de cartas, que ele escrevia pedindo ao irmão que lhe enviasse material para que ele pudesse pintar os quadros, cartas de agradecimento pelo atendimento do pedido, cartas angustiadas descrevendo a evolução de sua loucura, de preocupação em economizar os poucos recursos de que dispunha, cartas relatados livros de literatura que lia, cartas descrevendo a paisagem que ele via e iria pintar e as melhores cores a usar em determinado quadro - mesmo quando estava internado, que foi seu período mais produtivo - sua loucura não o impediu que sua mente trabalhasse e "visualizasse" detalhes de como ficaria a pintura, de acordo com a posição do sol; que efeito esta luz natural produziria melhores cores e que tintas misturar, para produzir estes efeitos. Isto só deve acontecer com gênios. Com Certeza.

Mais Van Gogh no próximo "capítulo."

Foto: Van Gogh (internet).










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