sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

República Tcheca - Praga




A República Tcheca é outro pais que tinha muita curiosidade em conhecer. Claro que precisaria de muito tempo para conhecer tudo e, como isto é quase impossível, visitamos muito pouco, somente sua capital, Praga.
Historicamente, após a I Guerra Mundial os Tchecos e os seus vizinhos eslovacos se juntaram e fomaram a república independente da Tchecoslováquia (1918); na II Guerra Mundial o pais ficou sob o domínio da União Soviética, período que durou até 1989.
Em 1993 separou-se em dois, resultando em paises independentes: República Tcheca e Eslováquia.
Chegamos em Praga e não é que lembrei que fazia 30 anos da "Primavera de Praga"? Pura coincidência! A lembrança desta expressão ficou (e ainda fica) em minha memória por décadas. Vale lembrar que a "Primavera de Praga", assim conhecida, foi um levante contra o domínio da União Soviética, iniciado em janeiro de 1968. Objetivava maior liberdade econômica de de expressão, mais direitos aos cidadãos, mais democratização. Enfim, estavam interessados em promover mudanças na estrutura política, econômica e social do pais.

Em respostas a estas reivindicações, a União Soviética mandou tanques do Pacto de Varsóvia invadirem Praga (agosto de 1968). Em poucas horas os russos conseguiram uma ocupação total. Seguiu-se uma onda de greve, mas o regime de partido único continuou a vigorar.

Vimos um muro em Praga, onde os estudantes desta época deixaram suas mensagens de protestos e mudanças. Este período (1968), como todo mundo sabe, foi um ano marcado por protestos e pedidos de mudanças em muitos paises do mundo. É um ano já marcado pela história.

Praga é, sem dúvida, uma cidade linda, que o comunismo escondeu por um bom tempo. Mas aqui estamos nós para apreciar sua beleza.

Começamos pelo Castelo, o maior de todos eles; tem mais de meio quilômeto de extensão; é como se fosse um pequeno bairro, com ruas, alamedas, muitos becos e muitas histórias. Atualmente é a sede do governo.

Caminhamos por boa parte do Castelo, pela Catedral de São Vitor (a mais rica de Praga), pela Linha do Ouro, ruela onde ficavam os ourives do Castelo (e, dizem, os alquimistas), pela casa de Kafka, a de nº 22 desta rua. Do Castelo, tínhamos uma visão muito boa, para apreciar uma parte da cidade e tirar fotos de telhados, por sinal, lindos!

Do outro lado do rio fica a Praça da Cidade Velha. Os prédios ao redor da praça têm quase todos o mesmo tamanho, mas de variados estilos arquitetônicos . Bem à frente tem uma igreja - Igreja de Nossa Senhora de Tyn. Interessante que, para entrar nessa igreja é preciso atravessar um prédio, que tem até um bar.

Em um dos prédios desta praça morou por algum tempo Albert Einstein, quando desenvolveu a Teoria da Relatividade. Franz Kafka era frequentador assíduo de um café nesta praça.
A lembrança que me ficou desta praça, além, claro, de apreciar a sua beleza, é de estar tomando uma cerveja - que eles têm tradição em produzir - nesta praça, com um por de sol lindíssimo

Inesquecível esta tarde em Praga! Há mesas nas calçadas, o que torna a praça mais charmosa ainda. Tão logo chegamos em um dos bares e nos sentamos, veio o garçom. Uma das pessoas que estava em nosso grupo, aquela senhora simpática que eu já mencionei, pediu em bom português: voce traz uma cadeira prá gente colocar as bolsas? e um copo d'agua, por favor. Rimos muito. A língua do país é qualquer coisa impossível de tentar compreender ou ler. Economizam muito as vogais. Dizem que até as crianças que nascem lá, têm dificuldade em aprender, pode?

Caminhamos o dia todo pela cidade. Afinal, o tempo era curto e precisávamos ver ainda muita coisa. Chegamos ao complexo da antiga Prefeitura, onde está o relógio astronômico. Esperamos a hora cheia para apreciar, nesta torre do relógio, a movimentação dos doze apóstolos e outros personagens. Muito interessante. A pracinha fica cheia de turistas e parece que eles adoram.

Em frente ao centro da praça há a estátua do mártir reformador Jan Hus, morto na fogueira (um século antes de Lutero, já denunciava a corrupção do clero)

Descemos por ruas estreitas e cheias de lojinhas e bancas nas calçadas. Finalmente, estávamos em uma das pontes mais famosas do mundo: a ponte Carlos IV, uma espécie de museu ao ar livre. Há trinta grupos de esculturas ao longo de 516 metros de comprimento da ponte. Profissionais e turistas disputam os melhores ângulos para fotografar.

Na verdade são várias pontes sobre o Rio Moldava. Sabe que faz lembrar Paris?

Fomos ao cemitério dos judeus. Impressiona pela história triste da ocupação nazista. Lenda ou não, ficamos sabendo que neste cemitério não nasce nenhuma flor.

Visitamos a Igreja Nossa Senhora das Vitórias, onde está a imagem original do Menino Jesus de Praga, famosa no mundo todo e onde os devotos visitam, para pedir ou agradecer graças alcançadas.
Seguimos viagem. Deixamos para trás a secular Praga e seus encantos. Deixamos a pátria de Kafka, Dvorák, Rilke. Fomos para a Holanda, mais precisamente, em Amsterdã.
Foto: Vista de Praga.

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